A equipe médica do hospital municipal de Campo Verde (131 quilômetros de Cuiabá) atendeu a um pedido de uma paciente que faz tratamento na unidade. Maria Rita de Lima, internada com câncer colorretal na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Campo Verde, havia manifestado no último dia 19 o desejo de ser batizada na Igreja Congregação Cristã do Brasil.
Ontem, a direção da unidade hospitalar autorizou a realização da cerimônia. Para que o desejo da idosa pudesse ser atendido, o ambiente da UTI foi especialmente preparado para que todos tivessem total segurança. Além dos líderes religiosos, estavam presentes duas filhas de Maria Rita, que está internada desde o dia 3 de maio, e a equipe médica do Hospital Municipal Coração de Jesus.
De acordo com a equipe médica e com a direção do HMCJ, o batismo poderia trazer mais conforto à paciente, que desde que foi internada não tem apresentado melhoras e está recebendo tratamento paliativo para aliviar as dores e a falta de ar, devido a uma pneumonia. Filha mais nova de dona Maria Rita, Bruna Fernanda Olegário Lima, revela que o sentimento é de agradecimento por ver o desejo da mãe atendido. “Parecia um desejo impossível de ser realizado, dada a realidade de uma UTI”, reconheceu Bruna. “O sentimento é de gratidão imensurável por todos que não mediram esforços para realizar o pedido e pelo cuidado que tiveram com tudo”, disse ela.
De acordo com a médica intensivista Letícia Secundino, o momento vivido pela paciente emocionou a todos. “Nós acolhemos o pedido de uma paciente muito especial e cheio de significado”, destacou a médica. Ela enfatizou que a UTI é um ambiente com protocolos rigorosos, que tem como prioridade a segurança do paciente. “Mas nós não podemos nos esquecer que atrás de cada monitor existe um ser humano”, enfatizou.
A médica frisou que quando se fala em acolhimento e humanização é preciso enxergar o paciente como um todo, levando em conta o seu estado espiritual, social e emocional. “É perceber que cada pedacinho daquele paciente importa. Hoje, a nossa paciente teve dignidade, teve segurança, foi respeitada. Às vezes a cura está nisso”, salientou.